terça-feira, 3 de novembro de 2009

SURREALISMO

Salvador Dali
Salvador Dalí pintou suas obras mais famosas na década de 1929 / 1939, usando um 'método crítico paranoico'* que ele mesmo imaginou. Este método envolvia várias formas de associações irracionais, notadamente imagens que variam conforme a percepção do observador. Uma característica distinta de Dalí é que, apesar das imagens serem fantásticas elas eram sempre pintadas com uma técnica acadêmica, impecável e precisão fotográfica que a maioria dos artistas de vanguarda contemporâneos considerava fora de moda.




O GRANDE PARANOICO

Uma das imagens duplas mais surpreendentes de Dalí foi pintada depois de uma discussão do artista com um colega, José Maria Sert, sobre o trabalho do famoso pintor milanês do século 16, Giuseppe Arcimboldi, famoso por seus retratos cujos temas eram compostos totalmente de objetos relacionados (frutas, por ex. ou armas). No mesmo estilo, mas com resultados mais dinâmicos o Paranoico Sorridente de Dalí se dissolve em uma cena turbulenta em que homens e mulheres assumem atitudes de tristeza ou desânimo. À direita, contrastando, um grupo de figuras exaustas parece estar tentando arrastar um barco sobre a areia, talvez representando um delírio que fervilha na mente do Grande Paranoico.





IMPRESSÕES DA ÁFRICA

Este quadro é notável pelo autorretrato de Dalí diante de seu cavalete, olhando fixo, num esforço para convocar as imagens do seu inconsciente e transferi-las direto para a tela. Sua mão em 'escorço' (técnica de representação gráfica, na qual um objeto ou uma distância parecem mais curtos do que são na realidade. O termo deriva do verbo italiano “scorciare” que significa encurtar. Isso ocorre em função do ângulo adotado em relação ao espectador), estendida para o observador, lembra o pintor do séc.17 Caravaggio, um dos mestres italianos que Dalí estudou com tanto afinco no final da década de 1930. Imagens duplas se acumulam ao fundo, inclusive sua mulher Gala e uma imagem de um padre que parece ter cabeça de macaco. O aspecto africano do trabalho pode ser avaliado com base na afirmação de Dalí de que a 'África tem algum significado no meu trabalho, porque sem nunca ter estado lá, lembro-me tão bem de tudo!”



O SONHO

Dalí recriou o tipo de cabeça grande e mole e o corpo inexistente que aparecia com tanta frequência nos seus quadros por volta de 1929. Sono e sonhos são, por excelência, o domínio do inconsciente e, portanto de especial interesse para a psicanalistas e surrealistas. A personificação do sono está adequadamente perturbada e é necessariamente uma quantidade extraordinária de muletas para apoiar a cabeça e posicionar exatamente cada um dos traços. Muletas sempre foram a marca registrada de Dalí, sugerindo a fragilidade das escoras em que a realidade se apoia, mas aqui nada parece estável e até o cachorro precisa ser sustentado. Tudo, nesse quadro, exceto a cabeça está banhado por uma luz pálida azulada, completamente a ideia de alienação do mundo, da luz e da racionalidade.



CRISTO DE SÃO JOÃO DA CRUZ

 Um quadro famoso e popular mostra a crucificação de uma maneira bastante inusitada, vista de cima, e, segundo Dalí, isto fundia o seu próprio 'sonho cósmico', envolvendo uma esfera dentro de um triângulo (cabeça, braços e cruz formam um triângulo).  A crucificação ocorre no alto das rochas, à beira mar, perto da casa de Dalí.


FACES DA GUERRA

Esta obra foi pintada nos Estados Unidos onde Dalí viveu por oito anos e onde lá alcançou o auge de sua fama e sucesso mundial.

O significado da pintura foi para Dalí extraordinariamente franco e honesto, empregando o simbolismo em vez de associações irracionais do 'método crítico paranoico'. Uma cabeça parecendo uma caveira rodeada de longas e sibilantes serpentes, tem todos os orifícios repletos de esqueletos; cada um contém esqueletos-dentro-de-esqueletos, de forma que a cabeça está recheada de morte infinita, um símbolo potente da era dos Campos de Concentração e assassinatos em massa.


CABEÇA AO ESTILO DE RAFAEL

As formas fragmentadas que aparecem nesse quadro originam-se do estudo da física nuclear por Dalí. Profundamente impressionado com as descobertas que levaram ao desenvolvimento da bomba atômica, ele abraçou a 'pintura nuclear' e o 'misticismo nuclear'. A cabeça é como de uma Madona de Rafael, classicamente pura e serena. Ao mesmo tempo incorpora o interior do domo do Panteon em Roma, com a luz brilhando através dela. Ambas as imagens são perfeitamente claras, apesar da explosão que destruiu toda a estrutura em pequenos fragmentos na forma de chifres de rinocerontes.



APARIÇÃO DO ROSTO E FRUTEIRA NUMA PRAIA

Monumentalidade




PERSISTÊNCIA DA MEMÓRIA (OU OS RELÓGIOS MOLES)


Este quadro tão pequeno (24 cm. X 33 cm.) é provavelmente a obra mais conhecida de Dali. A flacidez dos relógios dependurados e escorregando é um conceito brilhante, mais eficaz para abalar a nossa crença em uma ordem natural das coisas, presa a regras estabelecidas, do que muitas deformações mais sensacionalistas. As imagens chegam ao inconsciente evocando a preocupação humana, aparentemente universal, com o tempo e a memória.

O próprio Dali está presente na forma da cabeça adormecida que já havia aparecido em “O JOGO LÚGUBRE” e outros quadros. Caracteristicamente ele alegou que a ideia para o quadro lhe ocorreu enquanto meditava sobre a natureza do queijo Camenbert. O fundo do Port Lligat já estava pintado, portando foram necessárias apenas umas duas horas para terminar a pintura.




* PARANOIA CRÍTICA
(Radicalização da ideia de libertação dos instintos e impulsos contra qualquer controle racional pelo método da "paranoia crítica", forma de tornar o delírio um mecanismo produtivo, criador.)
















SURREALISMO ABSTRATO
Yves Tanguy










Joán Miro









SURREALISMO FIGURATIVO
Marc Chagall










Giorgio De Chirico








SURREALISMO


O surrealismo (que propunham a destruição da sociedade e a criação de uma nova, a ser organizada em outras bases) é um movimento estético que busca representar plasticamente o irracional e o inconsciente. Suas origens se encontram no Dadaísmo ( que propunha apenas a destruição da sociedade), na pintura metafísica de Giorgio De Chirico, nos estudos psicanalíticos de Freud e nas incertezas políticas do início do século XX. Criticava a cultura européia, a fragilidade da condição humana diante de um mundo cada vez mais complexo e a racionalidade burguesa em favor do maravilhoso, do fantástico e dos sonhos e suas interferências fantasiosas na realidade com o qual pretendiam atingir uma outra realidade sociocultural, situada no plano do subconsciente e do inconsciente, e explorar nas artes o imaginário e os impulsos ocultos da mente. A fantasia, os estados de tristeza e melancolia exerceram grande atração sobre os surrealistas, e nesse aspecto aproximam-se dos românticos. Embora mais radicais.
A publicação do Manifesto do Surrealismo (outubro de 1924), escrito por André Breton, é o marco histórico do movimento. Nele se propunha a restauração dos sentimentos humanos e do instinto como ponto de partida para uma nova linguagem artística e "resolver a contradição até agora vigente entre sonho e realidade pela criação de uma realidade absoluta, uma supra-realidade". Para isso era preciso que o homem tivesse uma visão totalmente introspectiva de si mesmo e encontrasse o ponto do espírito no qual a realidade interna e externa são percebidas totalmente isentas de contradições.
Os métodos da psicanálise freudiana, a livre associação, a análise dos sonhos, o automatismo psíquico forma de expressão em que o racional não exercesse nenhum tipo de controle, são os procedimentos básicos do surrealismo, tentavam assim obter por meio de formas simbólicas, abstratas ou figurativas, imagens da realidade do inconsciente.
O caráter anti-racionalista do surrealismo coloca-o em posição diametralmente oposta das tendências construtivas e formalistas (SUPREMATISMO E CONCRETISMO) na arte que ocorre na Europa após a Primeira Guerra Mundial, 1914-1918, aparece como alternativa ao
cubismo, alimentado pela retomada das matrizes românticas francesa e alemã, do simbolismo, da pintura metafísica de Giorgio de Chirico e, principalmente, do caráter irreverente e iconoclasta do dadaísmo. Na divulgação de suas teorias, faz uso de variados veículos de expressão, revistas, manifestos, exposições etc. Atinge diferentes modalidades artísticas como escultura, literatura, pintura, fotografia, artes gráficas e cinema.


NA LITERATURA

Breton,
Louis Aragon,
Philippe Soupault,
Georges Bataille,
Michel Leiris,
Max Jacob

ARTES PLÁSTICASRené Magritte
André Masson
Joán Miro
Max Ernst
Salvador Dali

NA FOTOGRAFIA
Man Ray
Dora Maar

NO CINEMALuis Buñuel

TEMAS E IMAGENS:O sexo e o erotismo; o corpo, suas mutilações e metamorfoses; o manequim e a boneca; a violência, a dor e a loucura; as civilizações primitivas; e o mundo da máquina.

A difusão do surrealismo pela Europa e Estados Unidos faz-se rapidamente. É possível rastreá-lo em esculturas de artistas díspares como Alberto Giacometti, Alexander Calder, Hans Arp e Henry Spencer Moore. Na Bélgica, Romênia e Alemanha ecos surrealistas vibram em obras de Paul Delvaux, Victor Brauner e Hans Bellmer, respectivamente. Na América do Sul e no Caribe, o chileno Roberto Matta e o cubano Wifredo Lam devem ser lembrados como afinados com o movimento. Nos Estados Unidos, o surrealismo é fonte de inspiração para o
expressionismo abstrato e a arte pop. No Brasil especificamente o surrealismo reverbera em obras variadas como as de Ismael Nery e Cicero Dias, assim como nas fotomontagens de Jorge de Lima.




























































DADAÍSMO

































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O movimento Dadá (Dada) ou Dadaísmo foi uma vanguarda moderna iniciada em Zurique em 1916, no chamado Cabaret Voltaire, por um grupo de escritores escritores e artistas plásticos, dois deles desertores do serviço militar alemão e que era liderado por Tristan Tzara, Hugo Ball e Hans Arp.
A palavra “dada” em francês signifique cavalo de brinquedo, sua utilização marca o non-sense ou falta de sentido que pode ter a linguagem (como na língua de um bebê). Para reforçar esta idéia foi criado o mito de que o nome foi escolhido aleatoriamente, abrindo-se uma página de um dicionário e inserindo-se um estilete sobre a mesma. Isso foi feito para simbolizar o caráter anti-racional do movimento, claramente contrário à Primeira Grande Guerra. Em poucos anos, o movimento alcançou, além de Zurique, as cidades de Barcelona, Berlim, Colônia, Hanôver, Nova York e Paris.
O Dadaísmo é caracterizado pela oposição a qualquer tipo de equilíbrio, pela combinação de pessimismo irônico e ingenuidade radical, pelo ceticismo absoluto e improvisação. Enfatizou o ilógico e o absurdo. Entretanto, apesar da aparente falta de sentido, o movimento protestava contra a loucura da guerra. Assim, sua principal estratégia era mesmo denunciar e escandalizar.
A princípio, o movimento não envolveu uma estética específica, mas talvez as formas principais da expressão dadá tenham sido o poema aleatório e o “ready made”. Sua tendência extravagante e baseada no acaso serviu de base para o surgimento de inúmeros outros movimentos artísticos do século XX, entre eles o Surrealismo a Arte Conceirual, a Pop Art e o Expressionismo Abstato. Busca uma desvalorização e a morte do sentido, estimula o espontâneo, trabalham com o acaso, fazem montagens e colagem de imagem e das diferentes formas de expressão, incorporam objectos, sons e imagens do cotidiano nas suas obras. Abrange as áreas das artes plásticas, fotografia, música, teatro, etc.
Formado em 1916 em Zurique por jovens franceses e alemães que, se tivessem permanecido em seus respectivos países, teriam sido convocados para o serviço militar, o Dada foi um movimento de negação. Durante a Primeira Guerra Mundial, artistas de várias nacionalidades, exilados na Suíça, eram contrários ao envolvimento dos seus próprios países na guerra.
Fundaram um movimento literário para expressar suas decepções em relação a incapacidade da ciências, religião, filosofia que se revelaram pouco eficazes em evitar a destruição da Europa. A palavra Dada foi descoberta acidentalmente por Hugo Ball e por Tzara Tristan num dicionário alemão-francês. Dada é uma palavra francesa que significa na linguagem infantil "cavalo de pau". Esse nome escolhido não fazia sentido, assim como a arte que perdera todo o sentido diante da irracionalidade da guerra.
Sua proposta é que a arte ficasse solta das amarras racionalistas e fosse apenas o resultado do automatismo psíquico, selecionado e combinando elementos por acaso. Sendo a negação total da cultura, o Dadaísmo defende o absurdo, a incoerência, a desordem, o caos. Politicamente , firma-se como um protesto contra uma civilização que não conseguiria evitar a guerra.
Ready-Made significa confeccionado, pronto. Expressão criada em 1913 pelo artista francês Marcel Duchamp para designar qualquer objeto manufaturado de consumo popular, tratado como objeto de arte por opção do artista.
O fim do Dada como atividade de grupo ocorreu por volta de 1921.
Um dos principais artistas:
Marcel Duchamp (1887-1968), pintor e escultor francês, sua arte abriu caminho para movimentos como a pop art e a op art das décadas de 1950 e 1960. Reinterpretou o cubismo a sua maneira, interessando-se pelo movimento das formas.O experimentalismo e a provocação o conduziram a idéias radicais em arte, antes do surgimento do grupo Dada (Zurique, 1916). Criou os ready-mades, objetos escolhidos ao acaso, e que, após leve intervenção e receberem um título, adquiriam a condição de objeto de arte.
Em 1917 foi rejeitado ao enviar a uma mostra um urinol de louça que chamou de "Fonte". Depois fez interferências (pintou bigodes na Mona Lisa, para demonstrar seu desprezo pela arte tradicional), inventou mecanismos ópticos.
Características principais do dadaísmo:- Objetos comuns do cotidiano são apresentados de uma nova forma e dentro de um contexto artístico;
- Irreverência artística;
- Combate às formas de arte institucionalizadas;
- Crítica ao capitalismo e ao consumismo;
- Ênfase no absurdo e nos temas e conteúdos sem lógica;
- Uso de vários formatos de expressão (objetos do cotidiano, sons, fotografias, poesias, músicas, jornais, etc) na composição das obras de Artes Plásticas:;
- Forte caráter pessimista e irônico, principalmente com relação aos acontecimentos políticos do mundo.Principais artistas:- Tristan Tzara -
Marcel Duchamp - Hans Arp - Julius Evola - Francis Picabia - Max Ernst - Man Ray - Raoul Hausmann - Guillaume Apollinaire - Hugo Ball - Johannes Baader - Arthur Cravan - Jean Crotti - George Grosz - Richard Huelsenbeck - Marcel Janco - Clement Pansaers - Hans Richter - Sophie Täuber

































MAX ERNST










































MAN RAY






HANS ARP








































































FRANCIS PICABIA