quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

ALBERTO GIACOMETTI


O escultor e pintor Alberto Giacometti nasceu na Suiça na cidade de Stampa, em 1901 e faleceu em Chur, também na Suiça, em 1966. Foi o mais ilustre dos escultores surrealistas, sua obra percorreu a escultura, a pintura e a cenografia. Seu pai, o pintor, Giovanni Giacometti, o estimulou em sua inclinação para as artes matriculando-o na Escola de Artes e Ofícios de Genebra.
Em 1922 vai para Paris onde estuda com Émile-Antoine Bourdelle na Academia de Chaumire Grande.
Na capital francesa faz contato com o cubismo, entre 1925 e 1929, e a semelhança com objetos reais desaparece de sua obra.
No início dos anos 30 tem contato com o grupo surrealista e adota sua estética. Em suas obras desse período, reconhece a idéia surreal do simbolismo dos objetos, passando a criar esculturas-objetos.
Rompe com o surrealismo em 1935 e começa a se concentrar em obras baseadas em modelos humanos, recupera a capacidade expressiva da imagem e do objeto, acompanhando a tendência neo-figurativa que, neste período, marca o percurso criativo de vários artistas.
O abandono do surrealismo e o retorno à arte figurativa são o princípio da chegada de Giacometti ao seu estilo, desenvolvido desde o início da década de 1940, mais característico, esta representação do corpo humano marca também o período mais original de Giacometti.
Durante a Segunda Grande Guerra, refugiou-se e conheceu sua futura esposa Anette, com quem se casariam em 1949, e se seguiria a fase mais produtiva de sua carreira. Aparecem então as figuras humanas alongadas e afiladas, de aparência nervosa, muito magras e de superfície áspera, muitas vezes o tamanho natural, outras monumental e outras ainda, minúsculas miniaturas. Representadas isoladamente ou em grupos, estas obras fazem de Giacometti um dos artistas mais originais do século XX.




Também na pintura, onde as suas obras são caracterizadas por rígidas figuras frontais, simbolicamente, isolado no espaço representando a solidão e o isolamento.
(clique na imagem para ampliá-la)

A recorrência desses temas e das soluções plásticas adotadas resulta de um posicionamento teórico identificado com a filosofia existencialista, criada por Sartre, que reconhece na obra de Giacometti algumas de suas idéias, escreve sobre isso e torna-se seu amigo.



O existencialismo na obra de Giacometti traduz-se numa essencialidade e numa repetição dos meios expressivos e dos gestos formais, que imprimem à figura humana uma significação fundamental: uma linha vertical confrontando com a horizontalidade do mundo. A deformação dramática das proporções, o alongamento das formas e a manipulação da superfície e da textura acentuam a materialidade dos objetos e a capacidade expressiva e poética da obra de arte. As personagens, isoladas ou em grupos, exprimem um sentido de individualismo e de descontextualização, acentuado pela própria escala - tamanho natural, monumental ou miniatura - das esculturas.
Embora seja possível enquadrar as primeiras produções artísticas nas tendências impressionista, cubista e surrealista, torna-se difícil a classificação ou a inserção da obra tardia de Giacometti de caráter marcadamente pessoal, num movimento artístico definido.
A obsessão pela representação da figura humana revela-se também na sua produção pictórica e nos seus desenhos, onde a linha assume uma grande expressividade e liberdade na caracterização das formas e dos volumes.
Amigos e familiares de Giacometti foram os seus principais modelos, seu irmão Diego, posou para várias esculturas, pinturas e desenhos.


Entre suas criações mais conhecidas figuram Torso (1925), A Mulher-colher (1926), Objeto desagradável (1932), Mulher com sua garganta cortada (1932), O palácio às quatro da manhã (1932), Nariz (1947), Homem Caminhando (1947), O Cão (1951), Grande Mulher IV, Figura Alta II e Figura Alta III (1960).

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TARSILA DO AMARAL

Tarsila do Amaral participou da renovação da arte brasileira e da construção da brasilidade que se processou na década de 1920. Com Anita Malfatti, Menotti del Picchia, Mário de Andrade e Oswald de Andrade, com quem se casou em 1924, formou o chamado Grupo dos Cinco.

Tarsila nasceu em Capivari SP em 1886. Estudou com Pedro Alexandrino, a partir de 1917, e depois com George Fischer Elphons, em São Paulo. Em Paris freqüentou a Académie Julien, sob a orientação de Émile Renard. Entrou em contato com Fernand Léger, cujo estilo a marcou, André Lhote e Albert Gleisse, e estruturou sua personalidade artística a partir das influências cubistas. Em 1922 participou em Paris do Salão dos Artistas Franceses.

Retornando ao Brasil em 1924, percorreu as cidades históricas mineiras em companhia do escritor francês Blaise Cendrars. Deslumbrada com a decoração popular das casas dessas cidades, assimilou a tradição barroca brasileira às recém-adquiridas teorias e práticas cubistas e criou uma pintura que foi denominada “Pau-Brasil”. Essa pintura inspirou um movimento, variante brasileira do cubismo, que, entre outras coisas, influenciou Portinari.
Em 1926 Tarsila expôs na galeria Percier em Paris. Iniciou-se então sua fase antropofágica ( O movimento antropofágico foi uma reação à influência da cultura européia, buscando significações iconográficas nacionais, Brasil, sua gente e suas cores, para a edificação da autêntica arte brasileira), de retorno ao primitivo, da qual o principal exemplo é o quadro "Abaporu". Presente na I e II Bienais de São Paulo, foi premiada na primeira. Na Bienal de São Paulo de 1963, sala especial foi dedicada à retrospectiva de sua obra. Foram apresentadas suas diversas fases e deu-se destaque ao quadro "Operários" (1933), da fase social, em que as cores são mais sombrias, mas a nitidez anterior é conservada.

Tarsila esteve ainda representada na mostra Arte Moderna no Brasil (1957), na XXXII Bienal de Veneza (1964) e na mostra Arte da América Latina desde a Independência (1966). Em 1960 o Museu de Arte Moderna de São Paulo organizou retrospectiva de sua obra. Entre suas demais telas destacam-se "A Negra" (1923) - retrato de uma antiga ama de leite (fotos abaixo) ícone do modernismo brasileiro. 


 


 Tarsila faleceu em São Paulo SP em 17 de janeiro de 1973.



















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